A indústria do Alto Tietê contabiliza a geração de mais de cinco mil empregos e o aumento de 19% nas exportações em 2021, ano marcado pela escassez de matéria-prima, aumento da inflação e alta do dólar, fatores que provocaram constantes quedas no segundo semestre e comprometeram o resultado esperado. Ainda assim, o setor deve registrar 5% de crescimento ao longo dos 12 meses.
Responsável por 25% dos empregos formais no Alto Tietê, o setor tem sido um dos principais pilares para a retomada da economia na região. De janeiro a outubro, a indústria de transformação contratou 5.148 trabalhadores, segundo levantamento do CIESP – Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
“O saldo positivo de empregos registrado nos 10 primeiros meses do ano é um resultado importante, principalmente se levarmos em conta os desafios enfrentados pela indústria no período. O balanço abre espaço para um saldo ainda maior, já que os dados de novembro e dezembro ainda não foram divulgados”, avalia José Francisco Caseiro, diretor do Ciesp – Regional Alto Tietê.
De janeiro a novembro deste ano, a Região foi responsável também por exportar US$ 702,3 milhões, volume 19% maior que o registrado no mesmo período de 2020. Nos 11 meses do ano, o Alto Tietê importou US$ 1,37 bilhão em produtos, uma alta de 28,7% se comparado com o ano passado.
Os bons resultados na balança comercial foram puxados, especialmente, pela exportação de papel e cartão (19,1%), máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (17,2%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9,3%).
Já os produtos mais importados foram as máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (20,9%), veículos automóveis, tratores (13,6%) e produtos farmacêuticos (13,4%).
“Essa alta nas importações está associada com a compra de equipamentos e matéria-prima, o que representa investimentos na produção da indústria para atender o mercado interno e, principalmente, o externo”, ressalta o diretor Caseiro.
A área de abrangência do CIESP Alto Tietê, que inclui os municípios de Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis e Suzano, concentra um dos principais parques industriais do Estado de São Paulo, com cerca de duas mil indústrias de transformação, que geram mais de 70 mil empregos.
Neste ano, a exemplo de outros setores, a indústria continuou a enfrentar reflexos da pandemia de Covid-19. Este cenário impacta na estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. De acordo com previsões do setor industrial, o indicador deve ter uma alta de 4,7%, índice menor que o projetado no começo do ano. O resultado é motivado, especialmente, pelo alto endividamento das famílias, altas nas taxas de juros, desemprego e aumento dos custos da energia elétrica.
Neste último semestre, a economia deu sinais mais efetivos de retomada e o setor industrial se viu aquecido, ainda que os gargalos nas cadeias de suprimento e a pressão de custos tenha comprometido um avanço mais significativo.
Para 2022, a estimativa é de uma alta de 1,2% do PIB do Brasil, com um crescimento de 0,50% da indústria de transformação, isso a depender da normalização da cadeia de insumos.
“Há muitos outros fatores envolvidos, em especial o controle da inflação e a redução do custo Brasil. A estrada não é reta e, certamente, teremos muitos altos e baixos em 2022, mas a indústria está preparada para avançar e segue sendo um dos principais motores da economia das cidades”, concluiu o diretor do CIESP Alto Tietê.
Saldo de empregos na indústria de transformação – Ciesp Alto Tietê
Janeiro: 767
Fevereiro: 810
Março: 390
Abril: 231
Maio: 522
Junho: 545
Julho: 459
Agosto: 492
Setembro: 526
Outubro: 406
Total: 5.148
Fonte: Ciesp/Caged
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