Pensou em construir ou reformar?
Primeiro procure um arquiteto, claro, mas infelizmente nem sempre é assim…
Vocês sabem que no Brasil existe uma grande falha na legislação que permite a outros profissionais da área civil elaborar “projetos de arquitetura”.
Não quero polemizar e nem muito menos ofender alguém, até porque trabalhamos juntos, precisamos uns dos outros e até existem profissionais não arquitetos que elaboram bem tais projetos.
Mas o fato é que ao arquiteto deveria caber única e exclusivamente o direito fazer arquitetura, afinal são 5 anos de graduação com disciplinas específicas na área de humanas principalmente.
Aos engenheiros deveria exclusivamente a elaboração dos projetos de engenharia: os complementares como cálculo estrutural, elétrico, hidráulico, entre outros.
A lei diz que aos engenheiros cabe o direito de “projetar” e (ponto final).
Faltou o complemento: fazer projetos: de engenharia.
Assim como aos arquitetos, fazer os projetos: de arquitetura, que englobam paisagismo, urbanismo, interiores entre outros…
Eu mesmo lecionei por alguns anos esta disciplina que o curso de arquitetura “oferecia” ao curso de engenharia civil na UMC e se chamava: “noções de arquitetura”, era dado aos sábados e com carga horária mínima…ou seja, estudamos a vida toda questões ligadas à história, à arte, ao conhecimento humanístico e recebemos “noções de engenharia” enquanto os engenheiros tem formação mais tecnicista e administrativa, claro.
Portanto temos que trabalhar juntos! Uma formação complementa a outra.
No ano passado conquistamos nosso próprio conselho, CAU, como o CRM ou o OAB…
Foi uma luta árdua que me remete ao Congresso de 1976 no pavilhão da bienal em SP, na época ainda estudante, já apoiava a campanha “arquitetura, atribuição de arquiteto” era liderada pelo saudoso arq prof Eduardo Kneese de Melo, sócio fundador n. 1 do IAB/Instituto de Arquitetos do Brasil.
Mesmo com o CAU, certamente levará um bom tempo para disciplinar nossas atribuições e nos garantir exclusividade às questões de arquitetura pois os estudantes de engenharia que estão ingressando agora terão direito adquirido a estas atribuições até que se mudem as leis.
A UIA/união internacional dos Arquitetos recomenda que é atribuição exclusiva de arquiteto, analisar projeto de arquitetura sendo que outros profissionais podem e devem ser convidados para opinarem mas sem direito a voto.
Ao escolher um profissional para o seu projeto, pesquise, mas não apenas os preços.
Você quer um bom projeto?
Consulte dois ou três e dê a eles um pró-labore que cubra suas despesas iniciais de levantamentos, pesquisa, estudos e apresentação.
Aí sim, você terá ótimas condições para optar por um profissional.
Arquitetura não é como uma camisa, ou uma dúzia de laranjas ou um trabalho que se meça por m2… isso é lamentável e a maioria dos arquitetos que conheço trabalham assim…
Precisamos mudar isso urgentemente e cobrar pelo valor de cada trabalho, pela sua dimensão, custo, produtos finais, complexidade e responsabilidade.
O Instituto de Arquitetos recomenda que sejamos remunerados por um percentual do valor da obra, e aí está a lógica, pois cada caso é um caso.
Este percentual pode variar de 1 a 20% do valor da obra, dependendo das características das mesmas e dos serviços contratados.
Trata-se de um trabalho intelectual que varia de cabeça para cabeça.
É arte, conhecimento, que garantirão qualidade de vida e valorização de seu investimento!
Pense nisso, contrate bem e não se arrependa depois.
Deste modo, não haverá constrangimento de nenhuma das partes caso o projeto não vá adiante, mas o escolhido certamente lhe dará o resultado melhor para você.
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